Terminei de ler mais um livro babaca, do tipo Bridget Jones, história super manjada, cujo personagem principal e narrador é um homem. E cheguei a uma conclusão interessante: não gosto mais de literatura digerível para passatempo.
Bridget Jones teve lá seu mérito pela originalidade do formato e pelo humor, potencializados pelas produções para o cinema, que foram, ambas, divertidíssimas e com trilhas sonoras superboas.
E, com exceção da Marian Keyes que consegue fazer piada com os dramas de mulheres desesperadas pelos mais variados motivos (abandono, depressão, solidão, decepção no trabalho, dependência, etc.), não li mais nada de literatura de mulherzinha que preste. NADA.
Na verdade, estou pensando sobre todas essas coisas por achar que minha fase água com açúcar pode estar passando. Ou não. Eu posso estar simplesmente influenciada pelo momento de falta de fé numas coisas que já me foram muito caras. Ou crescendo mesmo, naturalmente.
Isso acaba me lembrando outra coisa: eu costumo (ou costumava) dizer que cinema e literatura para mim significam diversão. Explicando melhor, se for algo para me deixar triste ou deprimida, prefiro não ver. Usando essa desculpa, não li nem assisti a “Carandiru”, não vi “Cidade de Deus” nem “Bicho de Sete Cabeças”. Criei preconceito com estes filmes nacionais do tipo “na vida real costuma ser bem pior”. E fujo o quanto posso de filmes de guerra e de dramas muito pesados.
Por causa dessa postura, parei no primeiro Jorge Amado “Jubiabá” (forte) e li três, quase quatro Paulo Coelho.
Por descuido, li coisas que talvez teria evitado se soubesse o tipo de impacto que causariam em mim, como “Rota 66” (vida real demais) ou “O caçador de pipas” (muito drama). Pergunta se eu gostei? Amei, me marcaram muito. Por causa do “Rota 66” do Caco Barcelos estou super estimulada a ver o “Tropa de Elite” e todos os outros filmes brasileiros que achava que podiam ser too much pra minha ‘sensibilidade’. Então, é esse o ponto. Enquanto eu fico com esse discursinho alienado de que não gosto de leituras profundas e filmes cabeça, ou cult, ou muito fortes, estou ficando à margem de coisa realmente boa e que vai fazer diferença positiva na minha cabeça e no meu modo de pensar.
Já comprei tanto romance vagabundo. “Atlantis” e “O segredo do anel” em nem consegui terminar de tão ruins que são. Imagina quanto tempo e dinheiro disperdicei com essas porcarias do tipo do “O diabo veste Prada”. E tem os Dan Brown, que são excelentes para gastar tempo, mas, depois do segundo livro... vai me desculpar, nem pra gastar tempo servem. E tem os “Harry Potter”, que eu adoro: diversão e só. Se eu for falar de todas as bobagens que eu tenho lido o post não vai acabar nunca.
É claro que tenho investido tempo em coisas sublimes, como “A menina que roubava livros” do Markus Zusak, o “Carmen” do Ruy Castro, o “Admirável mundo novo”do Aldous Ruxley. Nada de desculpas, isso é só mais uma razão pra eu selecionar melhor o que leio e assisto.
Muita coisa mudando na minha cabeça. Essa assunto ainda rende. Isso trata-se, na minha ótica, de um processo de mudança pessoal mais complexo e profundo. Essas constatações todas são só os sintomas, mas tem mais coisa acontecendo debaixo da linha ‘visível’ do horizonte.
Este post tá ficando enorme e um tanto sem nexo. Vou ler os livros que eu tenho em casa, passar a gastar meu tempo e dinheiro com material de melhor qualidade, que me influencie de forma positiva e aproveitar melhor essa inteligência toda que costumo valorizar, mas que anda muito subutilizada ultimamente. Alguém tem sugestões?
Bom dia, todes e todes
Há 2 semanas
Um comentário:
Vamos por partes:
[1] Tá todo mundo mudando de endereço! Vou acabar me mudando também... Aff..
[2] Pois é. Chega uma hora que certos livros nos cansam, né mesmo? Qual é esse de "ótica masculina" que vc tá lendo?
[3] Hey! O Diabo veste Prada, pelo menos o filme, é bem legal, amiga... E é história real... O que me leva ao item [4]...
[4] Filmes "vida real" são legais. Pelo menos pra gente pensar "que bom que não é comigo, a minha vida não é tão ruim no final das contas". Veja "Requiem para um sonho". Cruzes e credos. Só séculos depois eu vejo que gostei do filme. Mas não veria de novo.
[5] Não vire intelectualóide. Pelo amor de deus! Vou ter que gostar menos de você!!! =P
[6] Quero ler "A menina que roubava livros"! Um livro escrito pela própria morte? ... =D
[7] Se você acha que os seus comentários são grandes, é porque nunca prestou atenção nos meus...
... rsrs...
Besos, guapa!
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