Contabilidade geral

12 novembro, 2008

Ressonância magnética

Eu tenho uma dorzinha de estimação no tornozelo direito. Me expressei mal, não é de estimação porque eu não gosto dela, é uma dorzinha intermitente que eu esqueço durante alguns dias e que me faz mancar em outros. Convivo com ela há mais ou menos uns 10 meses. Não sei como começou. É aquele tipo de dor que mais incomoda do que dói.

Já consultei dois médicos por causa disso. O mais recente na semana passada. Raio X e nada de problemas ósseos. Então o doutor me mandou fazer uma ressonância magnética. Uma das experiências mais esquisitas da minha vida.

Agora chega a parte em que eu tento explicar como foi. Me deram um questionário pra responder, coisa básicas do tipo se eu tomo medicamentos, se uso marcapasso, se tomo remédios controlados, se já fiz cirurgia cerebral, se tenho alguma placa de metal em algum lugar. Tudo negativo, claro. Mas no final do questionário havia uma declaração de que eu estava ciente de que, havendo necessidade, a clínica poderia injetar algum tipo de contraste, que pode provocar reações adversas raramente fatais e que a equipe está prepaada para lidar com essas reações adversas, caso ocorram. Pensei: "já começou esquisito, mas não vou deixar de fazer o exame por causa disso. Deve ser só protocolo."

Me mandaram vestir uma bermuda rasgada e deitar numa maca. Prenderam meu pé direito numa espécie de suporte, colocaram um abafador de ruídos nas minhas orelhas e me deram uma bolinha pra apertar, caso precisasse de alguma coisa durante o exame. Me enfiaram dentro do tubo que é o aparelho propriamente dito e me avisaram que eu pecisava manter o pé totalmente imóvel pra não atrapalhar as imagens.

Começou o exame. O cenário todo era meio estranho. Eu lá pensando: "essa presepada toda por causa de uma dorzinha fantasma?". E aí começaram os barulhos. Primeiro um som estranho, que eu não pude deixar de associar com alguma coisa vagamente espacial, ou ficção científica, sei lá. Batidinhas, como um martelo lá longe, por uns 15 segundos. Depois uma furadeira. Música eletrônica. Sirene de ambulância. Aquele barulho irritante de joguinhos eletrônicos daqueles que a gente tem que derrubar navezinhas. O som que a gente associa a armas laser. Algum ritmo que lembrava axé. Furadeira de novo. Carro de polícia. Sempre com pequenas pausas e batidinhas de martelo entre um som e outro. Depois perdi a conta, os sons começaram a ficar confusos e eu comecei a me preocupar com outras coisas.

Enquanto tentava memorizar a ordem dos sons (já estava pensando nesse post, he, he), me dei conta que minha mão direita estava dormente. Acabei chamando a enfermeira (lembra da bolinha que eu falei lá em cima). Quando parou o barulho ela me perguntou: "MM, está tudo bem aí?" Falei do meu problema de formigamento e ela disse que não tinha nada a ver com o exame. " Fica tranquila que tá quase acabando", ela disse. Aí eu percebi que não estava nada tranquila. Na verdade, essa coisa de não poder mexer o pé tinha me deixado supertensa. Eu estava até respirando mal, com medo de atrapalhar a imagem. A dormência na mão era só reflexo de eu estar fazendo força pra ficar imóvel. E o medo que desse errado e aquele suplício começasse de novo? E o medo delas sismarem de me injetar o tal do contraste, que pode" gerar reações adversas raramente fatais"?

Bom, tentei pensar em outra coisa. Até pensei um pouco em outras coisas, mas tudo o que eu queria era que acabasse logo. Quando a gente vê os médicos pedindo MRI em Grey's Anatomy ou House, parece uma coisa super corriqueira. Ai que saudade do Raio X.

Depois de uma meia hora enfiada dentro da cabine-surreal-cheia-de-barulhos-esquisitos, a enfermeira entrou e me despachou. Assim.

E agora tenho que buscar o resultado na sexta-feira e torcer para que o ortopedista encontre algo minimamente grave e completamente tratável para meu tornozelo direito voltar à sua velha forma. Alguma coisa me diz, no fundo da minha consciência, que o doutor vai olhar as figurinhas que eu sofri um 'cadim pra produzir e vai dizer: "é, tem uma inflamaçãozinha na cartilagem. Toma ibuprofeno por cinco dias e volta se não melhorar." Eu acho mesmo que ele vai dizer isso. Foi o que o outro disse. Há uns sete meses atrás.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá! Espero que a dor no tornozelo passe logo...melhor comprar meia-elástica para o tornozelo. Água quente e sal grosso também faz bem ao pé! beijo e as melhoras!

Garota Enxaqueca disse...

Olha... Legal foi quando eu fiz uma ressonância na cabeça... não tinha nada pra abafar o barulho não...

Ah... e também tocava AXÉ. Quando o namorado fez a dele era AXÉ também... Será que é um Kit? "Compre aparelho de ressonância e ganhe CDs de Axé?" É assim que a Claudia Leite ganha Discos de Platina?

Besos, guapa!