Contabilidade geral

13 novembro, 2007

Marinha Maroca Tetê

- Menina do interior, de família grande, quase a mais nova, que quase sempre viveu em casas ruins e quase sempre usou roupas e livros de segunda mão.

- Estudante aplicada, inteligente, comprometida. Tinha notas boas em quase todas as matérias e estudava pra se divertir. Brincava de dar aula com a matéria de geografia, fazia fichas com a matéria de gramática. Vivia perdendo o ponto de descida do ônibus entretida com alguma leitura. Dá-lhe Coleção Vaga-Lume.

- Adolescente tímida, cheinha (nunca gorda), sem recurso pras frescuras e estudando em colégio particular por causa de uma bolsa de estudos. Quem ganha nesse tipo de comparação?

- Irmã do meio de duas meninas muito bonitas. Daquelas que passam na rua e as pessoas olham. Outra comparação muito injusta.

- Estagiária da Prefeitura, estudando de manhã, correndo pro estágio, engolindo a comida que a mãe mandava em 15 minutos.

- Estudante de Estudos Sociais, sem saber bem pra que isso ia servir no futuro.

- Associada de uma cooperativa (aquelas das terceirizações pirata da década de 90). Bolsista da faculdade, acordando às 5h30, trabalhando de segunda a sexta das 7 às 16, estudando de 19 às 22h, trabalhando aos sábados das 8 às 15h. Chorando de cansaço e de saco cheio frequentemente, na altura.

Já deu um bom começo. Tenho um pouco de dificuldade de falar dos últimos 10 anos. Nem sei bem porque essa retrospectiva agora. Algum ciclo se fechando? Talvez...

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Há algum tempo atrás, costumava reclamar que meu nome não dá apelido. Já é um apelido por conta própria. Mas como tudo que a gente pede vem, de um jeito ou de outro, hoje eu sou a pessoa com mais apelidos ativos que eu conheço.

Tem gente que me chama de Marinha, tem gente que me chama de Maroca ou Marocas. Marita, Marete, Maravilha, Marox, Maritaca... Mara é só o oficial.

O Tetê é um apelido de infância, fora de uso há pelo menos 15 anos. Não tem nenhuma razão de ser. Eu me rebelei contra ele no início da adolescencia.

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