Esse vamos chamar de Maurício. É uma história que eu já citei algumas vezes por aqui, por alto. Em cada uma das vezes que toquei no assunto, destaquei algo como: é um post "Inspirado nele que eu ainda não consigo escrever".
O caso: antipatia à primeira vista. O cara era meio folgado, pegajoso, tinha uma fala politicamente incorreta e o chaveco dele era horrível. Ele me achou extremamente grosseira, muito tough, pra usar uma expressão dele.
Depois de algum tempo, por alguma razão que não sei bem, me interessei. Procurei saber sobre e dei uma dica de que poderia estar interessada. Ele estava interessado. Foi uma paixão rápida e forte. Nossos primeiros encontros eram daquele tipo que ninguém quer que acabe: pura comédia romântica.
Mas o Maurício é indisponível. Do pior tipo de indisponibilidade: ama outra.
E pra piorar o quadro, tem uns problemas emocionais complicados, assim, baixa estima, depressão, essas coisas.
Então um belo dia, depois de uns quatro encontros de sonho, brigamos por causa de uma bobagem. E ele sumiu. Pra reaparecer uns dias depois e sumir de novo, de vez.
Eu já sabia que a história não tinha futuro, mas isso não me impediu de sofrer. Muito. Senti falta dele durante muitos meses, mesmo tentando esconder isso de mim mesma. Um pouco mais de um ano depois, nos encontramos. Dois encontros: o primeiro foi aquela antiga cena de namoradinhos apaixonados, quase perfeito; o segundo a repetição da rejeição que já tinha acontecido antes.
O que eu sinto a respeito: eu amo o Maurício. Evitei de escrever esse "inspirado nele" por saber que a coisa ainda não está curada. Mas talvez escrever isso agora seja útil e até terapêutico.
Ele me deve dinheiro. Eu estou com uma cool box dele atravancando o apartamento. Tentei ligar algumas vezes, mandei uma mensagem que ele não respondeu. Vi alguém parecido no shopping e meu coração deu saltos. Isso tudo pra dizer que a história já morreu há muito tempo, mas que eu ainda gosto dele de verdade. Não há distanciamento suficiente pra falar de tudo o que eu gostaria. E o post ia ficar grande, chato e melancólico (mais do que já está, diga-se de passagem).
Será que gostar tanto assim de alguém que é incapaz de retribuir é uma escolha? Será possível?
A poesia das causas siderais perdidas
Há um mês
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