Já me envolvi em mais processos de reforma do que eu gosto de mencionar. Isso só pra falar do trabalho.
Em 2003 eu herdei um centro de treinamento em reforma, 3 carretas cheias de móveis velhos caindo aos pedaços, um contrato de obra que não começava nunca e orçamento sendo perdido. Ganhei das minhas amigas do trabalho na época uma faixa de "Rainha da Sucata".
Esta obra durou mais ou menos de outubro de 2003 a maio de 2004. Foi um trabalho super chato, mas que acabou dando um resultado bem bacana. Quando me mudei desse espaço (que era onde eu trabalhava), saí com a sensação de estar deixando minha casa.
Aturei muita coisa complicada por causa desta obra, tive que brigar um tanto, passei muito aperto, carreguei muito peso, trabalhei finais de semana arrumando coisas. Aconteceu até um fato pitoresco: os operários da obra derrubaram numa manhã uma das únicas paredes divisórias que deveriam ficar de pé. Quase tive um treco!
Depois disso, vieram as montagens de salas de treinamento: supervisionar cadeira, mesa, computador, instalação elétrica, montagem, pintura...
Este ano já sobrou pra mim a primeira parte da reorganização do nosso escritório de Maputo. E só passei adiante o trabalho porque tive que assumir outra demanda. Mas as bases (metaforicamente falando, é claro) são 100% minhas. Me orgulho disso? Não exatamente.
Satisfeita? Ainda não. Estou agora trabalhando nas especificações para reforma de um Centro de Treinamento espaçoso e com muito potencial, mas totalmente velho, sujo e caindo aos pedaços. Um pesadelo.
Agora é o momento da decisão: me conformo com o título de 'Rainha da Sucata' adquirido em 2003 e continuo fazendo este tipo de trabalho (de corno), rezo pra não encontrar outra ruína dessas na minha vida profissional ou volto pra faculdade e vou estudar Engenharia Civil?
Isso de ser hands-on é um saco. Todo mundo sabe que a gente resolve as coisas, então esse tipo de confusão só sobra pra gente como eu. Trabalhos nobres, interessantes, estratégicos... melhor direcionar pra alguém menos operacional, não é mesmo? Espero, para o bem geral do meu futuro e da minha sanidade, que não!
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