Contabilidade geral

17 maio, 2007

Por onde andei - Parte final

Conheço pouco Tete. Acho que esse post vai precisar ser reeditado daqui há uns meses. Mas quero falar um pouco sobre o que vi lá e sobre como imagino que será minha vida em Tete.

A cidade em si não é muito diferente de algumas cidades do interior do Brasil. Tem as casas, tem as ruas, a poeira, as pessoas... tudo normal.

Tem o Rio Zambeze que é uma coisa maravilhosa de se ver. Tinha, quando estive lá, em setembro, um aspecto empoeirado, amarelado, como as cidades do sertão do Brasil. Agora tá tudo verde e bonito.

E tem Moatize, que é uma autêntica vila africana, com as casinhas de barro e palha, as crianças, as mulheres de capulanas... um mundo todo diferente pros meus olhinhos “interior de Minas”.

Não tem nada de muito especial em termos de lazer, mas as brasileiras da nossa empresa que estão lá têm se virado nos barzinhos, com a turma. Essa é minha esperança.

Fora essa questão da carência de estrutura de lazer, Tete é a região mais quente do país. A temperatura normal lá durante o verão ultrapassa 40 graus. Eu nem sei se tem inverno. Quer dizer, a gente liga e pergunta: “e ai? Tá muito quente hoje?” E as pessoas dizem: “não, tá tranquilo, hoje não vai passar de 36 graus”, na maior simplicidade.

Minha experiência na primeira semana que estive lá foi enriquecedora, mas foi chocante em alguns sentidos. Quer dizer, fiquei sem água no chuveiro uns dias, fiquei sem carga no celular, sem café da manhã, sem paciência, sem esperança. E no fim das contas fiquei me sentindo uma paty por reclamar disso tudo tão perto de gente que tem que caminhar quilômetros debaixo daquele sol escaldante pra buscar água não tratada para as necessidades básicas. Mexeu comigo de um jeito muito sério. E eu continuo com fé, quer dizer, eu e Tete não começamos bem, mas isso não significa que eu não possa vir a ser amiga dela.

E é pra lá que eu vou me mudar em um mês ou dois e é nesse lugar que eu vou viver nos próximos dois anos. Preparada!


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