Sobre estar só e estar fechado

Almocei com um colega do escritório hoje. Conversamos sobre o fato de estarmos, os dois, há algum tempo reclusos. Por motivos diferentes.

Eu, como já deixei transparecer por aqui, como estava passando por um processo de readaptação forçada e resolvendo muitas coisas da minha vida ao mesmo tempo, só consegui me isolar. Depois de quatro meses acho que as coisas já entraram no eixo ou que eu já enchi o saco de ficar tão só e aos poucos, vou voltando ao normal.

O colega se isolou depois do fim de um relacionamento que ele não pretendia que acabasse.

A diferença principal entre as duas situações é que eu adoro a farra e a turma, mas não tenho nenhum problema com minha própria companhia, ou seja, ficar sozinha não é o fim do mundo pra mim. Não é o que eu prefiro, mas não me mata nem um pouco. No caso dele, ficar só é muito sofrido. Ele "fica doido", e isso acontece com mais frequencia do que ele gostaria.

Até pensei que combina da gente estar isolado ao mesmo tempo e que deveríamos nos juntar e um fazer companhia ao outro. Mas tenho um certo receio do que ele vai pensar. Não é do meu estilo fazer este tipo de aproximação com homens de forma natural, se não tiver algum interesse romântico relacionado. E por causa disso mesmo, não tenho certeza se seria compreendida e se eu mesmo não confundiria as coisas em algum momento. Ok, ok, modo neura on, tô sabendo.

No final do assunto, acabei falando um pouco sobre a minha teoria de que as coisas não contecem quando a gente se fecha. Que é preciso abrir a porta pra que alguém entre. Ele, como bom teimoso que é, não concordou. Mas continuo achando a mesma coisa.

Um amigo uma vez me disse que relacionamento exige abertura e disposição. Ele estava falando de relacionamento de casal, mas eu, que concordo integralmente com este ponto, acho que se aplica a qualquer tipo de relacionamento. Abertura pra que o outro possa chegar e disposição pra fazer o investimento necessário.