Cara, não queira saber o que é se sentir preso depois de ter fugido há mais de ano. Nem tente imaginar o que é descobrir o peso das responsabilidades e das escolhas que fiz e que fizeram por mim e eu aceitei.
Não tente entender o que significa essa compulsão pelo acerto, pelas coisas que são vistas como boas, pelo medo de errar e pela obrigação de fazer tudo certo sempre.
É por essas e outras que esse lance de rebeldia não passa de desculpa pra não me sentir tão idiota. Essa admiração pelos que erraram de propósito, apenas pra se libertar. E essa busca incessante por modelos incompletos. A demanda cada vez maior de aceitação, de respeito, de ser coisas que não sou e que não deviam me interessar. A expectativa diária por uma transformação que não vai me fazer feliz. E essa exigência extenuante de felicidade.
Muito assunto, eu reconheço. Um momento de clarividência, talvez. A descoberta inegável de que essa vida é minha e só eu posso cuidar dela. O fato de estar sempre só me maltrata, às vezes. E no minuto seguinte me atinge a certeza de que estar só é apenas o resultado das minhas escolhas, da minha infexibilidade, do nível irreal das minhas exigências e da sabotagem de sempre. É isso aí.
Um bastardo chamado Rock
Há 3 dias
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